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Etimologia
"Brasil" deriva do
francês brésil, que deriva do
toscano verzino, que era o nome da madeira utilizada na tinturaria na Itália
[10].
Verzino, por sua vez, deriva do
árabe wars, que designa uma planta tintória do
Iêmen[11].
Caesalpinia é uma homenagem ao médico e botânico de
Arezzo, na
Itália, Andrea Cesalpino, por parte do frade e botânico francês
Charles Plumier[12].
Echinata significa, traduzido do
latim, "com espinhos". É uma referência ao fato de as vagens do pau-brasil terem espinhos, fato único dentro de seu gênero, o
Caesalpinia[13]. "Arabutã", "ibirapitanga", "ibirapiranga", "ibirapitá" e "orabutã" são derivados dos termos
tupis ïbi'rá, "pau" e
pi'tãga, "vermelho"
[14].
Características
A
árvore alcança entre dez e quinze metros de altura e possui tronco reto, com casca cor cinza-escuro, coberta de
acúleos, especialmente nos ramos mais jovens.
As
folhas são
compostas bipinadas, de cor verde médio, brilhantes.
As
flores nascem em
racemos eretos próximo ao ápico dos ramos. Possuem quatro pétalas amarelas e uma menor vermelha, muito aromáticas; no centro, encontram-se dez
estames e um
pistilo com
ovário súpero alongado.
Os
frutos são
vagens cobertas por longos e afiados espinhos, que devem protegê-los de pássaros indesejáveis, pois estes comeriam os frutos. Contém de uma a cinco
sementes discoides, de cor marrom. A torção do legume, ao liberar as sementes, ajuda a aumentar a distância da dispersão.
[editar] Ocorrência
Na
floresta ombrófila densa da
Mata Atlântica, a partir do
Rio de Janeiro até o extremo nordeste,
[15] ou seja, nos estados de
Alagoas,
Bahia, Rio de Janeiro,
Espírito Santo,
Minas Gerais,
Paraíba,
Pernambuco,
Rio Grande do Norte, e
Sergipe.
Encontra-se na lista do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis de espécies ameaçadas de extinção na categoria "vulnerável" e na da
União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais na categoria "em perigo"
[16]
O município pernambucano de
São Lourenço da Mata possui, hoje, a maior reserva nativa da espécie. A Reserva Tapacurá possui, aproximadamente, 100 000 pés de pau-brasil.
[editar] Usos e História
Afirmam alguns historiadores que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua resina (extraída para uso como tintura em manufaturas de tecidos de alto luxo) foi a primeira
atividade econômica dos colonos
portugueses na recém-descoberta
Terra de Santa Cruz, no
século XVI e que a abundância desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis teria conferido à colônia o nome de
Brasil.
Na realidade, no século XV uma árvore asiática semelhante, com o mesmo nome Brazil, já era usada para os mesmos fins e tinha alto valor na Europa, porém era escassa. Os navegadores portugueses que aqui aportaram imediatamente observaram a abundância da árvore pelo litoral e ao longo dos rios de planície. Em poucos anos, tornou-se alvo de muito lucrativo comércio e contrabando, inclusive com corsários franceses atacando navios portugueses. Foi uma das expedições de corsários liderada por
Nicolas Durand de Villegaignon, em 1555, que estabeleceu uma colônia que hoje se chama
Rio de Janeiro (a França Antarctica). A planta foi citada em Flora Brasiliensis por
Carl Friedrich Philipp von Martius.
A resina vermelha era utilizada pela indústria
têxtil europeia como uma alternativa aos corantes de origem
terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na
marcenaria, criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para
violino e móveis finos).
O fim da caça ao pau-brasil não livrou a espécie do
perigo de extinção. As atividades econômicas subsequentes, como o cultivo da
cana-de-açúcar e do
café, além do crescimento populacional, estiveram aliadas ao desmatamento da faixa litorânea, o que restringiu drasticamente o habitat natural desta espécie. Mas sob o comando do Imperador
Dom Pedro II, vastas áreas de
Mata Atlântica, principalmente no estado do Rio de Janeiro, foram recuperadas, e iniciou-se uma certa conscientização preservacionista que freou o desmatamento. Entretanto, já se considerava o pau-brasil como uma árvore praticamente extinta.
No
século XX, a sociedade brasileira descobriu o pau-brasil como um símbolo do país em perigo de extinção, e algumas iniciativas foram feitas no sentido de reproduzir a planta a partir de sementes e utilizá-la em projetos de recuperação florestal, com algum sucesso. Atualmente, o pau-brasil tornou-se uma árvore popularmente usada como ornamental. Se seu habitat natural será devastado por completo no futuro, não se sabe, mas a sobrevivência da espécie parece assegurada nos jardins das casas e canteiros urbanos.
Em 1924,
Oswald de Andrade fez um manifesto sobre a nova poesia brasileira intitulado "Manifesto da Poesia Pau-Brasil".
A madeira do pau-brasil pode ser, talvez, a mais valiosa do mundo atualmente; é considerada incorruptível, por não apodrecer e não ser atacada por insetos. Seu uso, dadas a escassez e a proteção, restringe-se ao fabrico de arcos de violinos, canetas e joias.
Galeria
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O vermelho da madeira pode ser observado neste exemplar adulto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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Bosque de paus-brasil no Jardim Botânico de São Paulo
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Tronco com espinhos, em São Paulo
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Pau-brasil florido, no Jardim Botânico de São Paulo
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Flor polinizada por abelha, no Jardim Botânico de São Paulo
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Pau-brasil juvenil (quinze anos) no Parque Ceret, na Zona Leste de São Paulo
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Vagens da árvore do Ceret, final de outubro
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Legume seco ainda na árvore em final de dezembro. A torção do mesmo, ao se abrir, ajuda a dispersar as sementes um pouco para longe da árvore
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legumes com espinhos e torcidos espalham as sementes
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Detalhe do mapa
Terra Brasilis, de 1519, o pau-brasil representado ao longo da costa da
Mata Atlântica
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detalhe de cacho de flores começando a abrir, lembrando a flor da
sibipiruna; outubro, Zona Leste de São Paulo
Árvore Nacional do Brasil
Pela Lei 6 607, de 7 de Dezembro de 1978, o pau-brasil foi declarado árvore nacional do Brasil.
"LEI Nº 6 607, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1978.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - É declarada Árvore Nacional a leguminosa denominada Pau-Brasil (Caesalpinia echinata, Lam), cuja festa será comemorada, anualmente, em 3 de maio, quando o Ministério da Educação e Cultura promoverá campanha elucidativa sobre a relevância daquela espécie vegetal na História do Brasil.
Art. 2º - O Ministério da Agricultura promoverá, através de seu órgão especializado, a implantação, em todo o território nacional, de viveiros de mudas de Pau-Brasil, visando à sua conservação e distribuição para finalidades cívicas.
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, em 7 de dezembro de 1978; 157º da Independência e 90º da República.
ERNESTO GEISEL"
O projeto de lei PL-3 380/1961 visava a declarar o pau-brasil e o
ipê-amarelo, respectivamente, árvore e flor Nacionais, mas este projeto não foi aprovado, conforme informa o
site oficial da Câmara dos Deputados
[1]. Pelos projetos de lei PL-2293/1974 e PL-882/1975, ambos arquivados na Câmara dos Deputados, tentou-se instituir o ipê como flor nacional do Brasil. Possivelmente por confundir o projeto de 1961, que não foi aprovado, com a lei de 1978, diversas pessoas divulgam a informação incorreta de que a lei do pau-brasil teria declarado o ipê-amarelo como flor nacional do Bra
Pau-brasil em Outras Línguas
- Alemão: Brasilholz
- Catalão: Fusta del Brasil
- Crioulo haitiano: Bwa- brezil
- Dinamarquês: Trae -Brasilien
- Espanhol: Palo Brasil
- Estoniano: Puit- Brasilia
- Finlandês: Puu- Brasilia
- Francês: Bois-brésil, Pernambouc
- Holandês: Brazielhout
- Inglês: Brazilwood
- Italiano: Pernambuco
- Letão: Koka- Brasilija
- Norueguês: Tre- Brasil
- Polonês: Drewna- Brazylia
- suaile: Mbao- Brazil
- Sueco: Tra- Brasilien